Gabriela Aquino Schneider 1, Guilherme Pioli Resende 2, Hemilianna Hadassa Silva Matozinho 3
Abstracto
Paciente masculino jovem, previamente hígido, com diagnóstico molecular (PCR) e tomográfico de infecção pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2) após apenas 3 dias de quadro clínico leve.Dados do caso
Masculino 38 anos
Palavras chaves
Infecções por Coronavirus, Vírus da SARS, Pneumonia Viral
Histórico Clínico
Paciente masculino, 38 anos, taxista, sem comorbidades, com relato de que iniciou há 3 dias quadro de mal estar, letargia, prostração, e 2 episódios de febre com aferições de 38,3˚C e 38˚C. Há 1 dia iniciou tosse seca discreta e ocasional. Negou dispneia, dor torácica, sudorese, mialgia, cefaleia, inapetência. Procurou atendimento médico no pronto socorro, mas a avaliação clínica não constatou alterações do exame físico. Contudo, considerando as atuais circunstâncias de pandemia, o paciente foi conduzido como um possível caso de COVID-19. Foi realizado o teste molecular de reação em cadeia da polimerase com transcrição reversa em tempo real (RT-PCR) para pesquisa do novo coronavírus (Sars-CoV-2), bem como submetido a tomografia computadorizada de alta resolução (TCAR) do tórax. O exame de imagem evidenciou alterações pulmonares extremamente sugestivas de infecção por Sars-CoV-2, com confirmação laboratorial diante do teste molecular positivo.
Achados Radiológicos
Opacidades em vidro fosco multifocais e bilaterais (figuras 1 a 4), associadas a reticularidades (figuras 2 e 3) e focos de consolidação (figuras 2 e 4), predominando nas regiões posteriores e no lobo inferior esquerdo. A estimativa pela análise visual subjetiva sugere extensão do envolvimento pulmonar na tomografia inferior a 50%.
Discussão
É inegável o importante papel que o exame tomográfico exerce quando se investiga um caso de pneumonia. Contudo, determinar a etiologia da pneumonia com base nos aspectos de imagem nem sempre é possível, devido à variada gama de etiologias poderem se apresentar com características extremamente semelhantes. E isso se aplica também à pneumonia viral por Sars-CoV-2 [1]. Atualmente, sabe-se que o achado inicial mais comum do COVID-19 é vidro fosco e consolidações multifocal e bilateralmente, os quais são alterações nada patognomônicas. Na verdade, tem sido observado numerosas possibilidades de apresentações tomográficas, incluindo desde derrame pleural e pericárdico, linfadenopatias, cavitações, sinal do halo e até mesmo pneumotórax [2][3]. Tem-se observado um esforço mútuo da comunidade científica mundial para desenvolver um protocolo de screening e diagnóstico precoce de COVID-19. As ferramentas atualmente disponíveis são exames laboratoriais (sorológicos e moleculares) e TC de tórax [4][5]. Estudos têm demonstrado que apesar da TC poder ser usada para screening, sua acurácia é limitada e, apesar do teste com ácido nucleico ser considerado padrão-ouro, sua sensibilidade não é tão alta [6]. Assim, tem sido proposto o uso de ambas ferramentas em conjunto, sendo a investigação iniciada com a TC, visto que a confirmação pelo exame molecular demora um dia, ou mais, para ficar pronto [1][7].
Lista de Diferenciais
Diagnóstico
Aprendizado
Desde o início da pandemia por COVID-19, após vários estudos e pesquisas, foi observado que a pneumonia pelo novo coronavírus tem uma apresentação de comprometimento pulmonar mais comum. Porém, não se trata de uma alteração patognomônica, sendo, portanto, necessário considerar outras condições no dentre as possibilidades diagnósticas diferenciais.
Referências
Imagens
FIGURA 1: TCAR, corte axial, opacidades em vidro fosco.
FIGURA 2: TCAR, corte axial, evidenciando opacidades em vidro fosco multifocais e bilaterais, associadas a reticularidades e focos de consolidação, predominando nas regiões posteriores e no lobo inferior esquerdo.
FIGURA 3: TCAR, corte coronal, com opacidades em vidro fosco multifocais e bilaterais, associadas a reticularidades, predominando nas regiões posteriores e no lobo inferior esquerdo.
FIGURA 4: TCAR, corte sagital, evidenciando opacidades em vidro fosco multifocais, associadas a reticularidades.
Vídeos
Vídeo 1: Tomografia de tórax no plano axial.
Vídeo 2: Tomografia de tórax no plano coronal.
Vídeo 3: Tomografia de tórax no plano sagital.
Artículo recibido en lunes, 20 de julio de 2020
Artículo aceptado el sábado, 1 de agosto de 2020