• ISSN (On-line) 2965-1980

Artigo

Acesso livre Revisado por pares

0

Visualizações

Uroradiologia e Imagem Genital Masculina

METÁSTASES PENIANAS ISOLADAS DE ADENOCARCINOMA RETAL - RELATO DE CASO

Ana Paula Teixeira dos Santos 1, Jorge Elias Junior 2, Marcela Miranda Caliani 3, Valdair Francisco Muglia 4

DOI: 10.5935/2965-1980.2022v1n1a1

Resumo

-

Dados do caso

Masculino 51 anos

Palavras chaves

Pênis, Neoplasias Penianas

Histórico Clínico

JEB, masculino, 51 anos, branco, hipertenso, hepatite C crônica, etilista e tabagista. Em seguimento clínico-radiológico por adenocarcinoma de reto, com estadiamento pT2pN1M0, após radioterapia e quimioterapia neoadjuvante, amputação abdominoperineal, colectomia esquerda complementar e transversostomia terminal, com quimioterapia adjuvante, sem complicações. Dois anos após o diagnóstico, durante retorno ambulatorial, paciente referiu disúria de longa data, disfunção erétil e aumento progressivo do volume peniano.

Achados Radiológicos

Estudo por RM de pelve (imagens) detectou múltiplas lesões expansivas nos corpos cavernosos e glande, bilaterais, com hipossinal T2, isossinal T1, restrição à difusão e realce heterogêneo pelo meio de contraste. Após biopsia da maior lesão, o anatomopatológico mostrou adenocarcinoma de padrão tubular moderadamente diferenciado, com painel imuno-histoquímico compatível com metástase de adenocarcinoma colorretal. No reestadiamento, sem evidências de outras lesões secundárias ou recidivas locais. revisado autor

Discussão

Embora infrequentes, as metástases penianas devem constar no diagnóstico diferencial em casos de lesão peniana ou priaprismo, no contexto de malignidade conhecida. A maioria das metástases penianas são metacrônicas, detectadas em média 18 meses após o diagnóstico do tumor primário. As manifestações clínicas locais são inespecíficas, como priaprismo (40%), endurecimento peniano, dor leve, disfunção erétil, disúria e hematúria, podendo ocorrer ampla sintomatologia sistêmica, se doença neoplásica disseminada. O estadiamento local da neoplasia peniana ainda é baseado no exame físico, porém a RM constitui método com alta acurácia e tem ganhado importância no diagnóstico, estadiamento e controle evolutivo desses casos. Os aspectos de imagem podem variar, mas as lesões são frequentemente hipointensas em T1/T2, apresentando restrição à difusão e realce pelo meio de contraste, geralmente localizadas na haste peniana, poupando o prepúcio, diferentemente das neoplasias primárias. A presença de linfonodopatia inguinal é fator prognóstico importante. A terapêutica das metástases penianas requer abordagem multidisciplinar, de acordo com a extensão da doença, englobando ressecção cirúrgica e radio/quimio/hormonioterapia. Entretanto, os cuidados são geralmente paliativos, visando melhorias na qualidade de vida do paciente.

Lista de Diferenciais

    Diagnóstico

      Aprendizado

      O que eu aprendi.

      Referências

      • 1. K. Zhang, J. Da, H.J. Yao, D.C. Zheng, Z.K. Cai, Y.K. Jiang, et al. Metastatic tumors of the penis. A report of 8 cases and review of the literature. Medicine (Baltimore), 94 (2015), pp. e132.
      • 2. Singh AK, Saokar A, Hahn PF, Harisinghani MG. Imaging of penile neoplasms. RadioGraphics 2005;25(6):1629–1638.
      • 3. L. Mearini, R. Colella, A. Zucchi, E. Nunzi, C. Porrozzi, M. Porena. A review of penile metastasis. Oncol Rev, 6 (2012), pp. 80-87.
      • 4. Cherian J, Rajan S, Thwaini A, Elmasry Y, Shah T, Puri R. Secondary penile tumours revisited. Int Semin Surg Oncol. 2006;3:33. https://doi.org/10.1186/1477-7800-3-33.
      • 5. Lin YH, Kim JJ, Stein NB, Khera M. Malignant priapism secondary to metastatic prostate cancer: a case report and review of literature. Rev Urol. 2011;13:90–94. https://doi.org/10.3909/riu0508.
      • 6. Appu S, LawrentschUnknown N, Russell JM, Bright NF. Metachronous metastasis to the penis from carcinoma of the rectum. Int J Urol. 2006;13:659–661.
      • 7. Lucchesi FR, Reis RB, Faria EF, et al. Incremental value of MRI for preoperative penile cancer staging. J Magn Reson Imaging 2017; 45:118–124.
      • 8. Haddad FS, Manne RK. Prostatic tumors with penile secondaries: review of the literature with a case report. Urol Int. 1986;41:465–470.

      Imagens

      Figura 1. RM de pelve. Sequência ponderadas em T2, plano axial, evidenciando lesões expansivas nos corpos cavernosos e glande, hipointensas, de limites bem definidos.

      Figura 2. RM de pelve. Sequência ponderadas em T2 no plano sagital, com intervalo de seis meses entre cada aquisição, evidenciando acentuado aumento do número e tamanho das lesões secundárias (setas) no pênis. Houve atraso no início da quimioterapia, devido a plaquetopenia secundária ao HCV, propiciando a progressão da doença.

      Figura 3. RM de pelve. Sequência DWI, mapa ADC, plano axial. As múltiplas lesões penianas restringem à difusão.

      Figura 4. RM de pelve. Sequência ponderada em T1, pós-contraste paramagnético, plano axial. Houve realce heterogêneo pelo gadolínio nas lesões secundárias nos corpos cavernosos.

      Vídeos

      Artigo recebido em quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

      Artigo aprovado em quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

      CCBY Todos os artigos científicos publicados em brad.org.br são licenciados sob uma licença Creative Commons.

      All rights reserved 2022 / © 2024 Bradcases DESENVOLVIDO POR