• ISSN (On-line) 2965-1980

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Neurorradiología

POTT´S PUFFY TUMOR DEVIDO A SINUSITE FRONTAL

Alessandro Spanó Mello 1, André Benez Vieira da Costa 2, Monique Monteiro Campbell Daemon de Oliveira 3, Yoram Balderrama da Frota 4

Abstracto

O Pott Puffy Tumor é uma complicação rara nos dias atuais, decorrente de sinusite do frontal, que evolui para abscesso subperiosteal, osteomielite e até abscesso cerebral. Relatamos um caso de Pott´s Puffy Tumor em paciente idosa.

Dados do caso

Feminino 89 anos

Palavras chaves

Abscesso, Sinusite Frontal, Tomografia Computadorizada Multidetectores, Imagem por Ressonância Magnética

Histórico Clínico

Paciente do sexo feminino, 89 anos, diabética de longa data, hipertensa, obesa e com outras múltiplas comorbidades, fazia segmento clínico no HC-FMRPUSP devido a doença renal crônica dialítica. Em uma das sessões de hemodiálise, queixou-se de lesão nodular em face, na região frontal, com aumento progressivo, de início há cerca de 20 dias. Negava febre ou eliminação de secreção local. Ao exame físico, a paciente encontrava-se afebril, com lesão nodular de cerca de 3 cm em região frontal, sem hiperemia e/ou secreção.

Achados Radiológicos

Realizou-se, inicialmente, ultrassonografia de partes moles (Figura 1), que evidenciou formação expansiva subgaleal, supraorbitária, com irregularidade da lâmina óssea frontal. Prosseguiu-se investigação com tomografia computadorizada de crânio (Figuras 2) e ressonância magnética (Figura 3), em que se observou abscesso extracraniano com sinais de osteomielite frontal e, sem sinais de extensão intracraniana, sendo diagnosticado como Pott´s Puffy Tumor. Procedeu-se a drenagem do abscesso e indicado antibioticoterapia com vancomicina inicialmente por 4 semanas em regime hospitalar. A paciente apresentou boa resposta clínica, sendo prorrogado o tratamento por mais 2 semanas em regime domiciliar.

Discussão

Pott´s Puffy Tumor é uma condição rara após o advento dos antibióticos, sendo mais comum na faixa etária pediátrica. Trata-se de um abscesso subperiosteal associado ou não a osteomielite frontal e abscesso epidural, secundário a sinusite frontal, trauma local ou, mais raramente, mastoidite. Outros achados possíveis são empiema subdural, abscesso cerebral e trombose venosa cerebral. Os agentes mais comuns são os mesmos causadores de sinusite crônica, como o Streptococcus sp., Haemophilus influenzae, Staphilococcus sp. e Klebsiella. O tratamento com antimicrobianos deve ser instituído o mais rapidamente possível após se suspeitar da doença. A depender da gravidade do caso, por vezes se faz necessária a abordagem cirúrgica com drenagem dos abscessos.

Lista de Diferenciais

  • Abcesso subgaleal
  • Hematoma subgaleal
  • Osteoma frontal

Diagnóstico

  • Pott´s Puffy Tumor devido a sinusite frontal

Aprendizado

Tumorações em região frontal podem ter diversas origens.

Referências

  • 1. Durur-Subasi, I., Kantarci, M., Karakaya, A., Orbak, Z., Ogul, H., & Alp, H. Pott’s Puffy Tumor: Multidetector Computed Tomography Findings. Journal of Craniofacial Surgery 2008; 19(6), 1697–1699.
  • 2. Karaman, E., Hacizade, Y., Isildak, H., & Kaytaz, A. Pott’s Puffy Tumor. Journal of Craniofacial Surgery 2008 19(6), 1694–1697.
  • 3. Sharma, P., Sharma, S., Gupta, N., Kochar, P., & Kumar, Y. Pott puffy tumor. Proceedings (Baylor University. Medical Center) 2017; 30(2), 179–181.

Imagens

Fig. 1: ultrassonografia de partes moles da região frontal e supraorbitária à direita, com imagem no eixo sagital (Fig. 1), evidenciando coleção subgaleal heterogênea, contendo debris móveis no seu interior, sem fluxo detectado ao estudo Doppler e volume aproximado de 27 mL. Nota-se extensão caudal medial da coleção associada a irregularidade da lâmina óssea frontal adjacente, esta com vascularização ao estudo Doppler.

Fig. 2a e 2b: tomografia computadorizada de crânio com contraste, cortes axial na janela óssea (Fig. 2a) e sagital na janela de partes moles (Fig. 2b), que demonstram formação ovalada, circunscrita, extracraniana, adjacente ao osso frontal direito, heterogênea na periferia, com hipodensidade central e realce capsular, medindo 4,1 x 2,3 x 5,8 cm. O osso frontal junto da lesão apresenta áreas osteolíticas de padrão permeativo, com falhas nas tábuas externas e internas, e continuidade da formação com o seio frontal direito. Há ainda, imagem cálcica extra-axial na alta convexidade da região parietal direita, sugestiva de meningioma.

Fig. 2a e 2b: tomografia computadorizada de crânio com contraste, cortes axial na janela óssea (Fig. 2a) e sagital na janela de partes moles (Fig. 2b), que demonstram formação ovalada, circunscrita, extracraniana, adjacente ao osso frontal direito, heterogênea na periferia, com hipodensidade central e realce capsular, medindo 4,1 x 2,3 x 5,8 cm. O osso frontal junto da lesão apresenta áreas osteolíticas de padrão permeativo, com falhas nas tábuas externas e internas, e continuidade da formação com o seio frontal direito. Há ainda, imagem cálcica extra-axial na alta convexidade da região parietal direita, sugestiva de meningioma.

Fig 3a, 3b: ressonância magnética, axial T1 pós-contraste e axial ADC/DWI (Fig. 3a e 3b), demonstram coleção junto ao osso frontal direito com extensão para partes moles da região frontal e realce periférico pelo contraste. A imagem da sequência de difusão evidenciam área central de restrição à difusão, sugerindo exsudato purulento.

Fig 3a, 3b: ressonância magnética, axial T1 pós-contraste e axial ADC/DWI (Fig. 3a e 3b), demonstram coleção junto ao osso frontal direito com extensão para partes moles da região frontal e realce periférico pelo contraste. A imagem da sequência de difusão evidenciam área central de restrição à difusão, sugerindo exsudato purulento.

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Artículo recibido en viernes, 3 de enero de 2020

Artículo aceptado el jueves, 14 de mayo de 2020

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