ADONYS THIAGO LUIZ DA SILVA 1, AMERICO MOTA 2, BRUNA FELIX DE ALMEIDA 3, RODRIGO MENEZES FURTADO 4
Resumo
Achados de imagens de osteonenecrose de domus talar, cabeça do tálus, região distal de tíbia e fíbula associado a infarto ósseo de ossos navicular e calcâneo à direita em paciente com 36 anos e história de transplante de medula óssea e mieloma múltiplo.Dados do caso
Feminino 36 anos
Palavras chaves
Infarto, Osteonecrose
Histórico Clínico
Paciente 36 anos com história de mieloma múltiplo em 2009 e submetida transplante autólogo de medula óssea em 2012, fez uso crônico de corticoide entre 2009 e 2012, evoluindo com dor crônica em região de tornozelo e pé direito.
Achados Radiológicos
Achados de imagem na Ressonância Magnética do tornozelo/pé direito: - Lesão serpengiforme com halo de hipossinal ( sequência T1) e hiperssinal (sequência T2 - com saturação de gordura) apresentando preservação do sinal da medular óssea na região central. Tais lesões caracterizam osteonecrose do domus talar, cabeça do tálus, região distal de tíbia e fíbula e infarto ósseo nos ossos navicular e calcâneo à direita.
Discussão
Infarto ósseo é um termo utilizado para se referir à necrose avascular acometendo a metáfise ou diáfise de um osso, enquanto osteonecrose é um termo utilizado quando o comprometimento vascular acomete o osso subcondral/superfície articular. Apesar dos termos diferentes, a fisiopatologia é a mesma, resultado de isquemia que pode levar à destruição da arquitetura óssea, dor e perda de função [1]. Quanto a etiologia a causas incluem trauma, anemia falciforme, excesso de corticoides, radioterapia, álcool, entre outras [2]. Quanto aos achados de imagem, a osteonecrose e infarto intra medular apresentam inúmeras causas e características de imagem bastante distintas à radiografia convencional, tomografia computadorizada e ressonância magnética, a seguir caracterizadas: - Radiografia e Tomografia Computadorizada: Há um atraso significativo entre o início do infarto e o desenvolvimento de sinais radiográficos, geralmente lesões recentes não apresentam manifestação à radiografia convencional; A descrição clássica é de lesão de contornos serpiginosos com radiolucência central, margens escleróticas e calcificações. - Ressonância Magnética: Lesões com margens serpiginosas, finas, com baixo sinal periférico em T1, devido ao tecido de granulação e, em menor grau, esclerose; No T2 apresentam sinal do duplo contorno, na interface entre o osso viável e não viável; Edema e realce pós-contraste periosteal e nas partes moles adjacentes, eventualmente, com pequenas coleções líquidas na fase aguda; O sinal no interior das lesões é variável, dependendo do tempo de evolução e das características teciduais (gordura, sangue, líquido ou fibrose).
Lista de Diferenciais
Diagnóstico
Aprendizado
Descrição dos achados de imagem clássicos de osteonecrose; Terminologia dos termos osteonecrose, necrose avascular e infarto ósseo;
Referências
Imagens
T1 - coronal mostra lesão serpengiforme com halo de hipossinal em região subcondral de domus talar (seta amarela) e tíbia (seta verde).
T2 coronal - Lesão serpengiforme com halo de hiperssinal em região subcondral de domus talar (seta amarela) e tíbia (seta verde).
T2 sagital - Lesão serpengiforme com halo de hiperssinal em região de tálus (seta laranja), tíbia distal (seta amarela), calcâneo (seta azul) e osso navicular (ponta da seta).
T2 sagital - Lesão serpengiforme com halo de hipossinal em região de tálus (seta laranja), tíbia distal (seta amarela), calcâneo (seta azul) e osso navicular (ponta da seta).
Vídeos
Artigo recebido em terça-feira, 14 de abril de 2020
Artigo aprovado em sexta-feira, 24 de abril de 2020